quarta-feira, 9 de julho de 2008

Encerramento

Com a votação do relatório final da CPI pelo plenário da Assembléia, nesta quarta-feira (9), o blog 'De olho na fraude' deixará de ser atualizado, mas permanecerá no ar, podendo ser acessado por quem desejar conferir detalhes do

A CPI foi fundamental para ampliar o trabalho realizado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Graças à ação conjunta dos deputados, policiais, procuradores, do Tribunal de Contas e da imprensa, hoje os gaúchos e as gaúchas sabem quem são e do que são capazes pessoas que, durante muitos anos, transitaram nos melhores salões, ocuparam cargos em altíssimos escalões de governos e circularam pelos poderes e as colunas sociais como se fossem cidadãos de bem.

Por fim, não podemos deixar de reafirmar a responsabilidade da governadora com o maior e mais escandaloso caso de corrupção da história do Rio Grande do Sul. Yeda Crusius sabia e nada fez. A governadora prevaricou. A governadora cometeu crime de improbidade e deve ser responsabilizada por isso.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

20 horas


O deputado Adilson Troca (PSDB) começará a ler dentro de minutos as mais de 400 páginas do seu relatório. Foi feito um acordo para que não sejam lidas as três páginas onde foram incluídos documentos não-oficiais, que não constam nos autos da CPI , o que é vedado pelo regimento interno. A deputada Stela Farias calculou 20 horas de leitura.

Mico do ano


Os ânimos estão acirrados no plenarinho da Assembléia, onde ocorre a sessão da CPI do Detran que está analisando o relatório produzido pelo deputado Adilon Troca (PSDB). Diante das críticas do conjunto dos membros da Comissão, o próprio relator admitiu alterar o documento, que apresenta ilegalidades. No meio das discussões, o deputado Adão Villaverde disse que se a Assembléia aprovasse o relatório do tucano seria "mico do ano".

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O cheiro do ralo


Os deputados Fabiano Pereira, presidente da CPI do Detran, e Raul Pont, seguem para o Rio de Janeiro nesta sexta-feira (27), onde participam de reunião com o presidente da Fenaseg - Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização - João Elisio de Campos. Os petistas vão buscar mais informações sobre os repasses da entidade para a autarquia gaúcha.

No dia 28 de maio, o Ministério Público do RS cumpriu mandado de busca e apreensão na sede da Fenaseg, recolhendo documentos, arquivos magnéticos e eletrônicos, cópias de discos rígidos e computadores, com o objetivo apurar as denúncias de desvio dos recursos direcionados ao Detran pela Fenaseg, cerca de R$ 6 milhões ao ano.

Há a suspeita de que parte desse dinheiro tenha sido utilizada para abastecer caixa-dois de campanhas eleitorais no Estado. Segundo Ricardo Herbstrith, um dos promotores que participou da operação, “há cheiro de ilicitude” em alguns pagamentos feitos pela Fenaseg ao Detran.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

11 motivos que evidenciam que Yeda sabia


A bancada do PT quer que o deputado Adilson Troca (PSDB) incorpore ao relatório final da CPI do Detran a proposta de indiciamento da governadora Yeda Crusius. A sugestão consta no documento protocolado nesta quarta-feira (25) pelos deputados Elvino Bohn Gass e Stela Farias (PT) na secretaria da CPI. Segundo os parlamentares, são muitas as razões que evidenciam que a governadora tinha conhecimento da fraude:

1. Flávio Vaz Netto procurou a governadora, não seu superior imediato (o secretário de Segurança) informando que as fundações terceirizavam os serviços e as denúncias no Ministério Público Estadual;

2. A governadora autorizou a troca das fundações - Fatec por Fundae - sem licitação;

3. Na sindicância administrativa, Flavio Vaz Netto confirmou que a governadora sabia dos fatos, pois todas suas decisões foram precedidas de conversas com Yeda Crusius;

4. O diretor administrativo-financeiro do Detran, Fernando Coronel, membro do alto escalão do PSDB, foi indicado para o cargo pelo marido da governadora, Carlos Crusius, e pelo secretário de Infra-estrura e Logística, Daniel Andrade;

5. Segundo Flávio Netto, Coronel testemunhou todas as suas ações, não se opondo a nenhuma delas;

6. Quando determinou a substituição das fundações, Yeda disse que queria acabar com os penduricalhos, que foi como a governadora chamou as sistemistas. Isto significa que ela sabia das irregularidades anteriores ao seu governo e não mandou investigar para encobrir o envolvimento de Lair Ferst, coordenador informal da sua campanha, e do deputado José Otávio Germano, aliado político;

7. Yeda optou por manter e administrar a situação para não melindrar sua base política, antigos e atuais parceiros;

8. As escutas telefônicas mostram que Delson Martini não só sabia como atuou como interlocutor da governadora nas negociações com Lair Ferst;

9. As ameaças de Flavio Vaz Netto a Delson Martini. O ex-presidente do Detran foi para a imprensa dizer que tinha interesses de governo a tratar somente com Martini e que, se não fosse recebido pelo secretário, voltaria à CPI;

10. A articulação da família Fernandes - cujo patriarca, José Fernandes, é apontado como mentor do esquema - com o gabinete da governadora.

11. A carta que Lair Ferst escreveu para Yeda Crusius detalhando o funcionamento do esquema.

Mercedes Rodriguez dispensou licitação no Projovem


Do Diário Gauche

Apontada pelo Ministério Público Federal como uma das principais operadoras do desvio de R$ 44 milhões do Detran-RS, a Fundae foi contratada sem licitação para gerir o Projovem (programa de capacitação de jovens) pelas prefeituras de Porto Alegre e de outras três cidades gaúchas.

A Procuradoria instaurou investigação para apurar os indícios de fraude. O contrato de R$ 9,9 milhões entre a Prefeitura de Porto Alegre e a Fundae foi assinado em 2005 pela então procuradora-geral do município, Mercedes Rodriguez (PSDB), que será empossada hoje como secretária-geral do governo Yeda Crusius . A informação é da Folha, de hoje.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Se enganou


Quem acha que a CPI está encerrada está enganado. Os deputados que integram a comissão continuam analisando os documentos encaminhados pelo Ministério Público Federal, Receita Federal, Polícia Federal, Justiça Federal e Detran e continuam encontrando novas provas que atestam não só a existência a fraude, mas detalham o funcionamento do esquema criminoso.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Governo melancólico


Das quatro testemunhas chamadas para depor logo mais às 18h, quando a CPI do Detran realiza sua última audiência para ouvir implicados na fraude na autaquia, apenas Rosana Ferst, irmã de Lair Ferst, deve comparecer. Os outros três - Elci e Cenira Ferst, também irmãs de Lair, e Marcelo Cavalcanti, ex-chefe do escritório político do governo em Brasília, não devem aparecer na Assembléia.

Isto não significa, entretanto, que a CPI esteja encerrando de forma melancólica, como afirmou hoje a colunista Rosane de Oliveira. Melancólico, sim, é uma governadora que prefere se omitir do que combater um esquema que assaltou os cofres públicos em R$ 44 milhões, garantindo propinas milionárias para agentes públicos. Melancólico também é o comportamento do PSDB, que resolveu incriminar um servidor da segurança cedido ao PT e absolver quem foi flagrado com a boca na botija. Melancólica ainda é a afirmação do novo chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, que prometeu fidelidade absoluta à governadora.

Ou seja, se precisar esconder alguma irregularidade para não melindrar o governo, tudo indica que o ex-prefeito de Santa Cruz não irá vacilar.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Enquete


Por que imprensa não dá destaque a escândalos no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Esta é a pergunta da enquete que está sendo realizada pelo Portal do PT. Antes de ser registrado, o voto terá de ser confirmado por um código alfanumérico digitado pelo internauta. O procedimento aumenta a segurança e a confiabilidade da pesquisa, pois dificulta operações fraudulentas – como aquelas que usam programas de computador para votar várias vezes na mesma opção. A pesquisa quer saber por que a grande imprensa brasileira tem dado tão pouco destaque aos escândalos envolvendo os governos de José Serra, em São Paulo, e Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul. Acesse o site www.pt.org.br e vote!

Penúltima


A CPI do Detran chega, hoje, a sua última audiência. A partir das 18h, os deputados ouvem os depoimentos de Eduardo Wegner Vargas, filho do presidente do TCE, João Luiz Vargas; Lenir Fernandes, esposa do proprietário da Pensant, José Fernandes; Francene Fernandes Cardoso, filha de José Fernandes; Ricardo Höher e Rafael Höher, filhos do ex-coordenador do projeto Detran na Fundae, Rubem Höher. Amanhã, em sua última audiência, a CPI ouvirá Marcelo Cavalcanti, ex-chefe do escritório do governo gaúcho em Brasília.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Sem explicação


A última audiência da CPI do Detran para ouvir depoimentos está marcada para quinta-feira, portanto daqui a dois dias. São mais de quatro meses de trabalho, mas até hoje os deputados aguardam as explicações que a governadora prometeu sobre a compra da sua casa um mês depois de encerrada a campanha eleitoral de 2006.

O assunto foi pauta de vários debates ocorridos na CPI e voltou à tona ontem, durante o depoimento de Delson Martini. Questionado mais de uma vez pelos parlamentares sobre seu suposto envolvimento na compra do imóvel, o ex-secretário-geral de Governo silenciou e disse que não falaria sobre a vida particular da governadora.

Delson Martini poderia, simplesmente, ter dito que não teve nenhuma participação no negócio. Ou que sim, que visitou imobiliárias a procura de um imóvel, o que seria normal, sendo ele um amigo íntimo da governadora. Mas ele prefereiu calar.

O 'modus vivendi' kinder ovo


Em matéria de kinder ovo, nada bate o governo Yeda: a cada dia os gaúchos são surpreendidos com um escândalo, um secretário demitido, uma nova investigação da Polícia Federal ou do Ministério Público.

O escarcéu de hoje ficou por conta do sumiço de R$ 18 milhões na contabilidade da Faurgs. Contratada pelo Banrisul para desenvolver projetos de modernização tecnológica por um valor de R$ 24,2 milhões, a fundação declarou uma receita de R$ 6,2 milhões. A diferença foi apontada no relatório preliminar do Tribunal de Contas do Estado

O novo escândalo foi noticiado hoje pelo jornal Folha de São Paulo. Outra irregularidade apontada foi a subcontratação, pela Faurgs, de empresas para desenvolver os projetos de modernização tecnológica. Segundo o TCE, a Faurgs fez uma intermediação de contratos celebrados de modo irregular, “uma fórmula encontrada para burlar o processo licitatório”.

A investigação do TCE foi motivada pelas denúncias encaminhadas pelo vice-governador Paulo Feijó (DEM), no final de 2007. Em conversa com Feijó, o ex-chefe da Casa Civil do governo Yeda, Cézar Busatto (PPS) reconheceu que o Banrisul é utilizado para financiar campanhas eleitorais.

Duro de acreditar

O ex-secretário-geral de Governo não conseguiu convencer os deputados petistas de que nunca conversou com a governadora ou outro integrante do Executivo sobre o Detran e sobre o e-mail ameaçador que recebeu do ex-presidente da autarquia. Delson Martini chegou a afirmar que só ficou sabendo da correspondência quando o fato foi noticiado pelos jornalistas que cobram a CPI. No e-mail, Flávio Vaz Netto diz que voltará a depor na comissão de inquérito caso não seja recebido para tratar de assuntos de seu interesse e do governo.

“O depoimento de Martini está eivado de suspeições e não resiste ao cruzamento de informações contidas nos áudios da Polícia Federal e em depoimentos anteriores”, avaliou o deputado Elvino Bohn Gass.

"Martini se apresenta como um técnico competente e é tido como uma forte liderança política do PSDB, mas está bastante envolvido no escândalo, embora se empenhe para que isto não transpareça”, frisou Stela Farias.

"As informações que chegaram à CPI permitem concluir que o ex-secretário seria o porta-voz da palavra da governadora na substituição da Fatec pela Fundae na prestação de serviços junto ao Detran", argumentou o presidente da CPI, Fabiano Pereira.

Militante comum?


O ex-secretário geral de Governo Delson Martini, que depôs ontem na CPI do Detran, não foi o primeiro a sustentar que sua participação da campanha de Yeda Crusius ao governo do Estado foi "de um militante comum", ou seja, esteve em algumas atividades, mas não integrou a coordenação, a equipe que elaborou o programa de governo e não fez parte do grupo mais próximo da candidata. Lair Ferst foi outro que disse que sua presença na campanha foi discreta. Chico Fraga disse o mesmo.

Entretanto, a foto exibida pelo deputado Elvino Bohn Gass mostra que Martini integrava sim o “círculo do poder”. Na fotografia, aparecem a governadora e o seu marido, Carlos Crusius, acompanhados por Paulo Feijó, Onix Lorenzoni, Marcelo Cavalcante, Lair Ferst e Delson Martini comemorando a vitória no primeiro turno das eleições.“As imagens, muitas vezes, falam mais do que as palavras”, salientou o deputado.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Foro privilegiado interrompeu investigações


Delson Martini foi investigado pela Polícia Federal e chegou a ter os sigilos fiscal, financeiro e bancário quebrados com autorização da Justiça. As apurações foram interrompidas quando Martini foi promovido a secretário-geral de Governo, ganhando foro privilegiado.

A informação desmente a versão do Palácio Piratini, que alegava o fato dele não ter sido investigado para evitar seu depoimento na CPI. Questionado pelo vice-presidente da CPI, Paulo Azeredo (PDT), Martini disse que desconhecia a investigação.